(sem título)
É noite.
Faz frio.
Meus olhos decidem molhar a areia.
A areia esconde meus dedos.
Suaves dedos de brisa dão nós em meus cabelos.
Um espelho escuro abriga as imagens das estrelas,
que o mar afaga lentamente.
Vultos insones passam pelo calçadão.
Distante, calado, quase indisingüível,
apenas o horizonte parece partilhar de minha solidão.
É noite.
Faz frio.
Um vazio maior que o de ainda agora
se interpõe entre mim e a memória...
Não vejo feitos e fatos...
Um espelho escuro abriga as imagens do passado.
É noite.
Faz frio.
Estou aqui.
Estou no mar.
Estou do outro lado da rua.
Pulmões cheios !...
Tuf-Tuf
Èa trilha sonora desse instante,
sem cheiro e sem gosto
e tão nítido quanto as imagens no espelho escuro.
É noite.
Faz frio.
Não ouso querer que seja diferente.
Mas me pego pensando o que fiz de errado.
Talvez tenha forçado a barra.
Talvez tenha exagerado.
Culpado ? Não, não me sinto assim.
Me sinto condenado...
pela minha própria soberba,
pelo meu próprio orgulho.
Todo o amor do mundo...
se encontra do outro lado de um espelho escuro.
É noite.
Faz frio.
Estou inebriado pela amargura.
Meu peito apertado,
meus músculos magoados...
Bendito seja quem inventou o perdão !
Meus dentes tricados.
O perdão é pros fracos.
É noite.
Faz frio.
Quisera eu ter sido fraco,
em vez de hoje escrever versos,
simulacros escuros de um momento perdido.
Faz frio.
Meus olhos decidem molhar a areia.
A areia esconde meus dedos.
Suaves dedos de brisa dão nós em meus cabelos.
Um espelho escuro abriga as imagens das estrelas,
que o mar afaga lentamente.
Vultos insones passam pelo calçadão.
Distante, calado, quase indisingüível,
apenas o horizonte parece partilhar de minha solidão.
É noite.
Faz frio.
Um vazio maior que o de ainda agora
se interpõe entre mim e a memória...
Não vejo feitos e fatos...
Um espelho escuro abriga as imagens do passado.
É noite.
Faz frio.
Estou aqui.
Estou no mar.
Estou do outro lado da rua.
Pulmões cheios !...
Tuf-Tuf
Èa trilha sonora desse instante,
sem cheiro e sem gosto
e tão nítido quanto as imagens no espelho escuro.
É noite.
Faz frio.
Não ouso querer que seja diferente.
Mas me pego pensando o que fiz de errado.
Talvez tenha forçado a barra.
Talvez tenha exagerado.
Culpado ? Não, não me sinto assim.
Me sinto condenado...
pela minha própria soberba,
pelo meu próprio orgulho.
Todo o amor do mundo...
se encontra do outro lado de um espelho escuro.
É noite.
Faz frio.
Estou inebriado pela amargura.
Meu peito apertado,
meus músculos magoados...
Bendito seja quem inventou o perdão !
Meus dentes tricados.
O perdão é pros fracos.
É noite.
Faz frio.
Quisera eu ter sido fraco,
em vez de hoje escrever versos,
simulacros escuros de um momento perdido.
1 Comments:
Caro amigo
Seu poema é belo. Belo nas escolhas formais, belo no desejo. Nao sabia que você escrevia com essa delicadeza e silêncio. É muito difícil ser delicado com a dor e ser silencioso usando palavras. Tenho uma proposta, compre o livro O Senso Religioso que acabou de ser reeditado pela Nova Fronteira, do Giussani. É um livro de antropologia filosófica que você vai gostar, mas nao te proponho ler o livro que é tarefa árdua para se fazer sozinho. Te proponho ler - somente - os poemas que ali se encontram com algum comentário que os antecedem. Podemos ir conversando sobre eles. Acho que será um grande bem para nós dois. Abraço grande, Cecília
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