sábado, novembro 19, 2005

Uma tentativa de poema alegre

Não quero escrever versos
de azeitona, ocres e sem vida.

Não quero escrever rima,
como quem faxina,
um coração salpicado de remelas.

Não quero escrever o que foi,
mas o que virá.

Não quero querer que seja agora,
o que parece melhor,
mas talvez nem tenha sido.

Não quero escrever com escalas menores,
em ritmos quadrados,
para contar contos de areia e chuva.

Quero gritar ao sol da manhã
que a liberdade é minha
e que alegria também dá poesia.

Quero bradar aos ventos
que amo os coqueiros,
amo as goiabeiras
e até as árvores que não conheço.

Quero escrever em sol,
com ritmos quebrados e notas coloridas,
que a lua não iria entender.

Quero acordar esperto
e deixar os sonhos quietos,
onde quer que eles estejam.

Quero lavar a alma
em versos brancos,
mas cheios de charme.

Quero falar baixinho
nos ouvidos das Marias e Alices
que meu coração não é de ninguém.

Quero saudar a vida
e, a cada dia,
lembrar que alegria
também dá poesia.

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